sábado, 10 de março de 2007

Escolhas...



Hoje acordei com o som da chuva batendo no telhado.
Abri os olhos e fiquei um longo tempo olhando para o teto do meu quarto. Anotei mentalmente que tinha que chamar o eletricista para fazer uns reparos na saída de energia.
Lembrei que tinha q remarcar os dentista. E ir aquela velha consulta com a minha nutricionista que eu venho adiando há tempos...
Tenho que...
Tenho que...
Tenho...
Que...

Tenho que olhar para a imagem que o espelho reflete.
E encarar a resposta para a pergunta que teima em atormentar meus pensamentos...
Onde ela foi parar?
Onde foi parar a mulher que existia em mim?
Onde foi parar a menina que tinha tanta doçura no olhar que derretia até um iceberg.
Onde foi parar a jovem corajosa que não teve medo de assumir que era diferente das amigas.
Onde foi parar aquela jovem que cometeu erros. Que sabia que era errado, mas ainda assim, foi em frente. Quebrou a cara. Se arrebentou toda. Mas ao final da "empreitada", sorriu contente consigo mesma por ter feito. Seus arranhões? São os louros da batalha.

Um dia, uma mulher mais velha me disse:
" - menina, seu caminho nunca será fácil. Várias vezes você pensará em desistir. E uma ou duas vezes, realmente desistirá. Mas, sua missão é tão forte, que algo a trará de volta ao caminho. Sua estrada será permeada por dor, lágrima luta e superação. Mas vc terá consigo uma arma para trilhar sua jornada: seu coração."

Eu sempre ouvi meu coração. E verdadeiramente, ele sempre levou-me pelos caminhos mais dolorosamente intensos. Inesquecíveis.
Estive em braços que sempre estarão em minha memória. Na memória da minha alma.
Conheci pessoas que me mostraram o meu melhor e o meu pior lado.
Caí. Levantei. Continuei.
Mas, sempre estava em movimento... Porque o que é vivo se move. Porque é através do movimento que uma gotinha de água gira todo o globo terrestre. Nasce num rio qualquer, vai até os céus. Mergulha na imansidão de mares desconhecidos. Mas, sempre acaba voltando pra casa.

Em algum lugar da minha caminhada, estacionei meus passos.
E o que não se move, fenece.

Que eu seja como a Fênix. Que eu morra mesmo. Que morram comigo os meus medos. Os meus erros. A minha covardia.E que renasça em mim, mais forte que respirar, uma imensa vontade de recomeçar.
Sempre e para sempre.










Um comentário:

Ronaldo Honorio disse...

Texto que tão cheio de beleza e verdades Moon que não ouso mancha-lo com palavras que estaram aquém da preciosidade que li aqui...
Perfeito...com passagens que anotei para nunca mais esquecer...